Autoridades desconfiam que brasileiros participaram de crime na Argentina

Brasileiros podem ter ‘exportado’ assalto de cinema

Autoridades investigam se bando que roubou Banco Central de Fortaleza participou de crime esta semana na Argentina.

Buenos Aires - Autoridades desconfiam que brasileiros que participaram do famoso roubo de R$ 160 milhões do Banco Central de Fortaleza, em 2005, possam estar envolvidos com um crime semelhante que aconteceu na Argentina esta semana. Nas duas ocasiões, os bandidos escavaram um túnel para chegar ao dinheiro e fugir.
Ao todo, 136 cofres de uma agência do Banco Província, em Buenos Aires, foram violados no último dia 3. Estima-se que os ladrões possam ter levado mais de US$ 6 milhões, em dinheiro e joias.

MODO DE AGIR PARECIDO

Policiais federais brasileiros notaram semelhanças no crime com o roubo do banco Central e com uma tentativa de assalto a uma agência do banco gaúcho Banrisul, em 2006. “O modo de agir é muito parecido com o que se usou em Fortaleza e na tentativa no Rio Grande do Sul. Estamos em contato com nossos policiais federais na Argentina e com a Interpol”, disse o superintendente da Polícia Federal no Rio Grande do Sul, Ildo Gasparetto, segundo o jornal ‘La Nación’.

Os ladrões cavaram túnel de 30 metros para chegar à agência em Buenos Aires, método que também foi usado no Brasil. Outra semelhança é que, assim como foi feito em Fortaleza, os criminosos também agiram num fim de semana prolongado. A adida da PF na Embaixada do Brasil na capital argentina, delegada Miranjela Leite, também viu semelhanças nos crimes. “O interesse da Polícia Federal brasileira ocorre também porque alguns suspeitos do caso de Fortaleza não foram presos e os que foram presos já foram liberados”, observou. Um agente da PF chega a Buenos Aires semana que vem. A Polícia Federal brasileira também reforçou o policiamento na fronteira.

Um dos maiores roubos do mundo

O assalto ao Banco Central de Fortaleza, em agosto de 2005, foi um dos maiores roubos a banco do mundo. Estima-se que a quadrilha conseguiu levar R$ 164,7 milhões.

Os bandidos alugaram uma casa, onde abriram uma falsa empresa que produzia grama sintética. De lá, construíram um túnel de 78 metros que daria no cofre. Ao todo 122 envolvidos com o crime foram detidos, mas nem todos ficaram presos. Em 2006, integrantes da quadrilha, juntamente com uma facção criminosa de São Paulo, tentaram roubar o Banrisul. Os bandidos chegaram a cavar um túnel de 80 metros, mas foram descobertos.